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Descoberta fratura tectónica ao largo da costa

 

Fratura descoberta no fundo oceânico mostra que a zona de fronteira entre o oceano e o continente está a ficar activa.

Até agora era uma suspeita de geólogos portugueses, mas um grupo internacional de investigadores, cujo principal autor foi justamente um português, João Duarte, nesta altura a trabalhar na universidade australiana de Monash, acaba de observar os primeiros sinais de que uma zona de subducção está a formar-se ao largo da costa ocidental de Portugal. No final de contas, essa poderá ser a explicação para a particular violência do sismo que em 1755 arrasou Lisboa.

De forma simples, o que parece estar a acontecer é que, no fundo do Atlântico, ao largo da costa portuguesa, o ponto de contacto (que os geólogos designam como margem), entre o oceano e o continente está a tornar-se activo. E isso significa que está ali a iniciar-se uma nova zona de subdução, em que que a litosfera oceânica mergulha sob a litosfera continental - a litosfera é constituída pela crosta terrestre e a parte superficial do manto terrestre.

Para chegar a esta conclusão, a equipa, que incluiu os portugueses Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa, além de investigadores franceses e australianos, fez mapeamento do fundo oceânico naquela zona. E o que verificou foi que uma fractura está ali em formação. O estudo foi publicado este mês na revista Geology.

 

Fonte: http://www.dn.pt/ciencia/interior/descoberta-fratura-tectonica-ao-largo-da-costa-3270973.html

 

F

As zonas de fractura são estruturas tectónicas que resultam do movimento diferencial entre segmentos das dorsais oceânicas, onde os movimentos associados à tectónica de placas levam à formação de longas falhas transformantes, que podem atingir de centenas a milhares de quilómetros de comprimento. A consequente descontinuidade lateral das dorsais oceânicas maifesta-se pela deslocação lateral do eixo do rifte oceânico associado, por vezes com algumas centenas de quilómetros de comprimento. O resultado global é a formação de segmentos distintos, aparentemente descontínuos, ao longo das dorsais oceânicas.

Durante a formação da zona de fractura, as placas litosféricas em cada lado da uma falha transformante activa move-se em direcções opostas, resultando na ocorrência de deslocamento diferencial centrado na falha transformante com cada um dos lados a mover-se aparentemente em direcções opostas.

Com o passar do tempo, as zonas de fratura estendem-se muito para além das falhas transformantes que lhe deram origem, estendend-se para ambos os lados perpendicularmente ao eixo da cordilheira gerada pela dorsal. Estas estruturas ficam sismicamente inactivas, porque ambos os segmentos de placa se estão a mover na mesma direção, exibindo apenas evidência da actividade transformante das falhas associadas, patente nas diferentes idades dos materiais da crusta terrestre em lados opostos da zona.

No seu uso atual, os conjuntos de falhas transformantes alinhados com zonas de fratura são muitas vezes vagamente referidos como «zonas de fratura», embora tecnicamente, eles não o sejam.

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